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... Se não aprendermos a rir das preocupações, não teremos nada de que rir quando formos velhos...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Enlatados



... de atum
... de sardinha
... de carne humana

8 comentários:

  1. A seguir é a minha vez
    (histórias secretas pela pena de um libertino)

    No Metro..., hora de ponta..., sexta feira 13..., carruagens apinhadas de gente que parece sardinha enlatada. Por mais que se queira ter algum espaço, somos tocados por uma mão, por uma perna, por um rabo, por umas mamas que nos invadem o exíguo território e nos gritam, à saciedade, que não temos “espaço” reservado. Cheira a corpos que tresanda. As portas abrem-se nos Restauradores. Uma avalanche de gente que sai e uma parede humana vai ao encontro dos que ficam para outros destinos. Palavra que não pedi para ela ser... ...atirada de costas, pelo onda colectiva, contra mim. Sinto o seu rabo maciço, de contornos perfeitos, colar-se ao meu ventre. Tento abstrair-me. Logo que o comboio arranca ela parece querer entrar por mim adentro e com os solavancos do vaivém da carruagem, que os corpos imitam ritmicamente, não contenho o desejo sobre-humano que me invade. Ela deu por isso e, para meu espanto, roça-se nesse meu desejo a coberto do movimento oscilante da composição. Penso que (não) sei o que pode acontecer..., meto ar fundo nos pulmões para descontrair... mas ela olha-me de soslaio, adivinhando-lhe um leve sorriso de prazer... como que pressentindo que estou a tentar alhear-me.
    A sua mão direita larga o apoio que tinha segurado à entrada, sem qualquer utilidade, vindo direita à zona do meu ventre que já se confundia com o seu cu de mulher madura. Nem qualquer um deus, possuidor da vontade suprema, resistiria a tamanha tentação, por mais que a viagem de um comboio divino se aproximasse do Olimpo. Um ser humano muito menos resiste…, atendendo à sua condição de descendente de Adão, mesmo num local público apinhado de gente que tresanda a suor (aliviado este pelo seu perfume e cheiro peculiares a fêmea). Entreguei-me, pois, à loucura de ser masturbado no Metro das 19 em direcção a Carnide… porque…, sem dúvida, a carne é irresistível.
    “Na sua mão direita”…, cito o Antero com alguma ousadia, cresceu o meu “órgão antropológico” quase a rebentar a vestimenta. Ela tacteia…, ela aperta…, ela massaja…, uma cadência de movimentos de prazer estonteante. Na paragem da próxima estação, por sentir a mão mais firme e segura, desabotoa-me três botões das calças por onde se introduz no meu “interior”. Ó que dia de sorte, apesar de ser 13, ó prazer supremo de ser masturbado no Metro das 19 por uma boazona cientista na matéria. Eu estou à beira da loucura…, de um ataque de nervos…, mas o prazer que me trespassa faz de mim um estóico, tal a contradição gerada, no sentido de não transparecer para os nossos companheiros de viagem o jogo que sorrateiramente jogamos. O ritmo da minha respiração aumenta e ela sabe que estou quase a atingir o êxtase humano. Passo a mão pela cara, em disfarce…, bocejando de gozo… e ela com a mão plena sacode-me o membro com saber, em crescendo…, depois envolve-me a cabeça do dito com dois dedos apenas, e nessa posição em que me olha quase à socapa, ouço-a balbuciar as primeiras palavras: «agora vais dar o litro meu cabrão… até à última gotinha…, porque a seguir é a minha vez».
    E foi dito e feito…, venho-me abundantemente com esgares faciais indisfarçáveis, que passam despercebidos a toda a massa amorfa que nos rodeia…, excepto a uma velhinha muito míope e surda que tem a bondade de me perguntar: «coitado…, o senhor está muito mal disposto…, não está?». Ao que eu delicadamente respondo: –creio que sim minha senhora…, creio que sim…
    A velhota já muito vergada pela catrefada de anos que tem escarranchados nos ombros, decididamente pede com licença…, põe-se em bicos dos pés e com o dedo em riste faz tenção de chegar ao sinal de alarme. Felizmente nunca lá chegaria e eu prontamente a descanso: –já passou…, estou bastante melhor…; retorquindo a amorosa anciã: «graças a Deus… graças a Deus…».
    (continua)
    AC

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  2. AC
    Muito bom o teu texto, mas escolheste mal o blog para fazer publicidade tenho poucos freguêses apesar de serem muito bons

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  3. (continuação)


    A seguir é a minha vez
    (histórias secretas pela pena de um libertino)


    Retomando o fio à meada…, a composição pára na estação das Laranjeiras, onde a pequena me faz perceber que vai sair. Tem a minha mão entrelaçada na sua, e, decidida, arrasta-me consigo para fora. Mal tenho tempo de dizer adeus à avózinha tão querida que me acena também à despedida.
    Ainda não vislumbrei bem a minha companheira de aventura Metropolitana, agora que temos espaço livre à nossa volta, pois estou entretido a reparar no lastimável estado das minhas calças, ao mesmo tempo que tento proteger-me com o casaco que trago na mão. Ela diz-me, com grande à vontade…, como se o percurso entre os Restauradores e as Laranjeiras se medisse em vários anos de conhecimento mútuo: «não te preocupes com isso…, tenho máquina de lavar e de secar em casa…, e também de passar a ferro…
    Foi então que a vi de frente para mim e lhe fixei os olhos. Uma camisa bem arejada e saia da mesma cor beije, travada, um pouco acima do joelho, denunciavam-lhe as suas belas formas de mulher de trinta anos. Não que me tivesse dito a idade ou que eu tenha ousado perguntar-lha…, apenas um palpite por lidar com muita gente, no dia a dia, sobre a qual tenho que adivinhar uma série de coordenadas das suas vidas, como sejam situação financeira, estado civil, religião… enfim…, questões que sempre causam algum embaraço quando se trata de optimizar um perfil de cliente.
    –Carlos… …apresento-me, ao mesmo tempo que lhe estendo a mão livre…, o que lhe provoca uma pequena gargalhada por me saber embaraçado com a situação.
    «Que prazer Carlos… solta um sorriso suave, expressando que domina os acontecimentos… …e o meu é Naomi… …mas vamos subir ao 5º andar para te libertar desse casaco aí posicionado sem jeito»
    Sigo-a, enquanto se dirige para a porta de um condomínio, apreciando eu, agora, o balanço hipnotizante do seu belo par de nalgas – no Metro apenas podera sentir o seu efeito – e logo de seguida entramos no elevador.
    Caro leitor(a), o que se passa a seguir no 5º andar de um condomínio das Laranjeiras é-me difícil de alinhavar em prosa, não pela minha parte na acção, pois o contributo que dei para o seu desenrolar foi ofuscado pelo de Naomi – “adeuza do amor”, ou se preferirem, uma das filhas predilectas de Afrodite. Quem sabe um dia o consiga escrever…
    Posso, no entanto, enviar um videoclip clip onde Naomi faz jus à razão pela qual disse: “a seguir é a minha vez”…

    AC

    PS: como eu gosto…, poucos mas bons!

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  4. AC

    Não se deve ir para casa de pessoas estranhas, qualquer dia ainda apareces no Youtube.

    (estás com sorte que ainda não pago nada por este espaço,já viste o espaço que ocupaste ????)

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  5. LOOOOL... eu quero um emprego destes: enlatar pessoas!!!! LOOOOL

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  6. Bloguótico

    És um coração de pedra...

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